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Meu Melhor Erro - Juliana


Como idealizadora do projeto e lendo os depoimentos sobre "Meu Melhor Erro" tenho avaliado vários caminhos que tomei em minha vida e que aparentemente foram escolhas erradas. A escolha da faculdade, meu primeiro emprego em um banco, morar 6 meses em um hotel.

Cheguei a conclusão que não foram erros, foram escolhas. A gente sempre tem a falsa impressão que a outra opção seria fantástica, porque ela para na expectativa, não há risco e chance de frustações. Já o caminho que escolhemos vem com tudo - expectativas, motivações, oportunidades, mas também os riscos. Racionalmente e muitas vezes sem nos dar conta dos porquês, tomamos decisões e só quando isso acontece sofremos as consequências. “Ah, mas se eu tivesse feito isso ao invés daquilo...” quanta imaginação.

Mas é claro que eu tenho o "Meu Melhor Erro", vamos falar sobre ele, depois voltamos aos riscos e oportunidades. "Meu melhor Erro" me acompanha, faz parte de quem eu sou. Se perguntar para quem me conhece qual é o meu pior defeito, provavelmente vão falar que sou muito crítica e analiso tudo. Porém, se perguntarem minhas qualidades, também estará lá que sou crítica e analítica.

Essa minha característica se transformou em autoritarismo na minha primeira experiência como gestora. Eu era da equipe, e fui promovida para ser chefe desse grupo (odeio essa palavra “chefe”, mas ela cabe muito bem nesse meu período). Já é uma situação difícil ser gestora de antigos pares, e eu queria fazer tudo 100% certo, sem margem de erro – não há estatística que chegue a isso! Então, eu analisava com o mesmo nível de criticidade a atividade mais importante e a menos importante na área, consequentemente me tornei a chefe autoritária que cobrava e controlava tudo. Foi muito difícil para mim, aparentemente estava indo tudo bem, mas a gestão da equipe que era o meu principal desafio estava um horror.

Descobri essa percepção das pessoas, quando voltei da licença maternidade. (Observação: Fui promovida durante a gravidez do meu primeiro filho, quando estava morando no hotel que mencionei acima. Foi difícil e foi ótimo...outra história.) Então, no primeiro dia do meu retorno ao trabalho, havia um curso para gestores e nele recebi o meu mapa de liderança. Só não era 100% autoritário porque existe a tal margem de erro.

O tapa na cara me fez repensar, conversei muito, pensei, e tive o apoio de uma pessoa incrível que me apoiou no meu desenvolvimento como gestora.

Aprendi que tenho que saber dosar. É claro que dosar não é fácil e continuo errando, mas acertando mais do que antes. Aprendi sobre essa minha habilidade, que nem era clara para mim. Aprendi que às vezes vou errar a mão, e por isso tenho que ser crítica e analítica com a crítica e a análise.

Fiquei cerca de 7 anos como gestora da área, e meu maior orgulho foi o reconhecimento que tive como líder de equipe. Consegui me cercar de pessoas maravilhosas que passaram por minha gestão, aprendi muito com elas e acho que consegui ensinar também.

Agora voltando aos riscos e oportunidades, toda escolha resume-se ao peso deles. Como a oportunidade encaixa-se em nossas motivações e expectativas, e como os riscos podem impactar nossa vida. Cada escolha tem essa análise, às vezes bem feita e outras vezes nem fazemos, aí temos um problema. Quando as possibilidades são bem avaliadas, e aquele risco previsto acontece não podemos pensar que foi um erro, foi nossa escolha e estávamos preparados para isso. O que nos resta é pensar o que é um erro? Ele realmente existe, ou esquecemos dos motivos das nossas escolhas?

Então, nosso desafio está sempre em entender as motivações, expectativas e riscos. Minha motivação nessa história foi "arrumar a casa" e eu fiz isso. Tinha a expectativa que isso traria benefícios para a instituição que trabalhava, mais importância para a área e consequentemente destaque para a equipe. O risco, que não avaliei corretamente, foi o impacto no grupo. Foi a melhor escolha? Não sei, provavelmente se tivesse analisado o esse risco, teria feito algo diferente, alinhado melhor as expectativas. Provavelmente, aquela equipe acha que foi um erro enorme, algumas pessoas ficaram, outras não. Entretanto, a área aumentou de escopo, novas atividades vieram, habilidades foram desenvolvidas e novos desafios aconteceram e muitas outras escolhas foram feitas.

Essa experiência me trouxe autoconhecimento e amadurecimento pessoal e profissional, aprendi que esse é meu diferencial. Assim como nas empresas que estão sempre em busca de seu diferencial, ele não é bom nem ruim, tudo depende de como se apropria dele.

Hoje entendo que esse meu perfil é fundamental para meu trabalho. Minha criticidade e visão analítica me fazem sempre questionar, a buscar elaborar novas e melhores propostas, a melhorar a cada trabalho e encontrar melhores informações para as escolhas dos clientes da NOZ.

Juliana Vanin

Nasceu em Pirassununga, mas mora em São Paulo.

Já quis ser arquiteta, mas decidiu ser Economista.

Não queria casar, mas escolheu o Rodrigo.

Neta, filha e irmã de Marias, e mãe do João e do Antônio

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